https:\/\/aventurasnahistoria.uol.com.br\/noticias\/almanaque\/cartas-baralho-origem.phtml<\/a><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\nDe acordo com a maioria dos estudiosos, os primeiros exemplos de naipes de cartas est\u00e3o na China, por volta do ano 1000. Em particular, o per\u00edodo identificado como mais prov\u00e1vel \u00e9 aquele em que foi inventado o papel e mais precisamente o papel-moeda. De fato, acredita-se que, pelo menos num primeiro per\u00edodo, que nos jogos de cartas as ferramentas utilizadas (as cartas, ali\u00e1s) eram tamb\u00e9m a moeda, portanto, gerando assim o surgimento das apostas.<\/p>\n\n\n\n
Em um tr\u00e2nsito genericamente identificado, as cartas de baralho teriam chegado \u00e0 China atrav\u00e9s da \u00cdndia, P\u00e9rsia e algumas popula\u00e7\u00f5es do Oriente M\u00e9dio, como os eg\u00edpcios. Enquanto isso, as v\u00e1rias guerras certamente desempenharam um papel decisivo na difus\u00e3o do jogo de cartas no Ocidente.<\/p>\n\n\n\n
O papel das guerras e a chegada dos naipes de cartas no Ocidente<\/h3>\n\n\n\n
Em particular, parece que durante as primeiras Cruzadas, os soldados crist\u00e3os descobriram esse passatempo com as popula\u00e7\u00f5es \u00e1rabes, levando-o consigo em seu retorno \u00e0 Europa. N\u00e3o \u00e9 por acaso que as primeiras evid\u00eancias de cartas no Velho Continente ocorreram na segunda metade do s\u00e9culo XIV. Um dos primeiros exemplos \u00e9 o chamado \u201cdeck Stuttgart\u201d, onde as representa\u00e7\u00f5es retratavam cenas de ca\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n
As primeiras provas da exist\u00eancia das cartas v\u00eam, de fato, tanto da proibi\u00e7\u00e3o de jogar com cartas promulgada pelas autoridades da \u00e9poca, quanto de serm\u00f5es de autoridades religiosas que alertavam para os perigos decorrentes do jogo. Um desenvolvimento singular, j\u00e1 que provavelmente foi devido a uma guerra de religi\u00e3o (como o foram as Cruzadas) que o jogo de cartas se espalhou para o Ocidente.<\/p>\n\n\n\n
Os naipes de cartas de baralho, metamorfose e significado<\/h2>\n\n\n\n
Entre as certezas que temos da hist\u00f3ria e dos documentos passados, sabemos que as cartas \u00e1rabes – principalmente as recebidas dos eg\u00edpcios – tinham quatro \u201cnaipes\u201d: T\u00fbm\u00e2n (x\u00edcaras), Suy\u00fbf (espadas), Dar\u00e2him (moedas) e Jawk\u00e2n (varas). Cada naipe de cartas inclu\u00eda 10 cartas numeradas e tr\u00eas \u201ccartas com figuras\u201d, que representavam algo como um rei e seus vice-reis.<\/p>\n\n\n\n
Mas cuidado: a outra certeza \u00e9 que essas cartas n\u00e3o tinham representa\u00e7\u00f5es humanas. Na verdade, o Isl\u00e3 pro\u00edbe absolutamente retratar figuras humanas, portanto, as representa\u00e7\u00f5es na \u00e9poca eram em sua maioria abstratas. O advento da representa\u00e7\u00e3o humana nas cartas \u00e9, portanto, um fen\u00f4meno de contamina\u00e7\u00e3o inteiramente ocidental.<\/p>\n\n\n\n
No Velho Continente, o jogo de cartas se tornou a cruz e o deleite de v\u00e1rias civiliza\u00e7\u00f5es. Por um lado, um passatempo cada vez mais difundido entre a popula\u00e7\u00e3o, motivo de preocupa\u00e7\u00e3o e proibi\u00e7\u00f5es para a ordem estabelecida. Para al\u00e9m da sua legitimidade, segundo muitos estudiosos, o baralho no Ocidente atrav\u00e9s da Europa tamb\u00e9m assume conota\u00e7\u00f5es sociais, ou melhor, identifica – de forma muitas vezes ir\u00f4nica – v\u00e1rias classes sociais.<\/p>\n\n\n\n
Por exemplo, parece que as Copas eram identific\u00e1veis com o clero, as Espadas com a nobreza, as Moedas com os mercadores e os Bast\u00f5es com os camponeses. Este parece ser, definitivamente, o significado dos naipes de cartas antigos.<\/p>\n\n\n\n
Do jogo de elite ao passatempo popular<\/h3>\n\n\n\n
Outro aspecto crucial para a compreens\u00e3o da hist\u00f3ria dos naipes de cartas de baralho diz respeito \u00e0 mudan\u00e7a radical de seu \u201calvo\u201d de refer\u00eancia. Antigamente, as cartas eram verdadeiros objetos preciosos, com detalhes em ouro e outros materiais preciosos. N\u00e3o raramente eram usados como presentes em ocasi\u00f5es importantes e seu uso era quase exclusivo das classes mais ricas.<\/p>\n\n\n\n
Posteriormente, com a sua dissemina\u00e7\u00e3o para outros continentes e a evolu\u00e7\u00e3o dos sistemas de produ\u00e7\u00e3o, as cartas se tornaram ferramentas cada vez mais populares mesmo entre as classes mais humildes.<\/p>\n\n\n\n
Como os naipes das cartas francesas nasceram?<\/h3>\n\n\n\n
A evolu\u00e7\u00e3o das cartas tamb\u00e9m \u00e9 uma hist\u00f3ria de contamina\u00e7\u00e3o. Das antigas cartas eg\u00edpcias chegamos primeiro aos naipes alem\u00e3es: bolas, cora\u00e7\u00f5es, folhas e sinos. Ent\u00e3o, uma contribui\u00e7\u00e3o decisiva veio dos franceses (que possuem hist\u00f3ria significativa nos jogos de cassino e cartas), que inventaram o baralho que mais tarde se tornou o mais famoso de todos com quatro naipes: copas, espadas, ouros e paus.<\/p>\n\n\n\n
As raz\u00f5es para a ado\u00e7\u00e3o desses s\u00edmbolos que chegaram at\u00e9 hoje s\u00e3o quase certamente apenas econ\u00f4micas: copas, ouros, espadas e paus eram na verdade s\u00edmbolos muito mais facilmente reproduz\u00edveis do que os naipes de cartas alem\u00e3es ou – pior ainda – dos naipes asi\u00e1ticos dos quais eles derivaram.<\/p>\n\n\n\n
No final da Idade M\u00e9dia, ent\u00e3o, as figuras eram frequentemente usadas para representar as fam\u00edlias reais das v\u00e1rias dinastias europeias. Assim nasceram o Rei, a Rainha e o Valete.<\/p>\n\n\n\n
Curiosidade: na Inglaterra, por um per\u00edodo, vigorava uma regra segundo a qual o valor das cartas era vinculado ao sexo do governante. Se havia um Rei no cargo, ent\u00e3o o Rei era a carta mais alta do baralho. Caso, em vez disso, uma Rainha sentasse no trono, a Rainha substitu\u00eda o Rei tamb\u00e9m na hierarquia dos naipes de cartas.<\/p>\n\n\n\n